quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Coloproctologia II - Fístula e Abcesso anorectal

     Uma fístula anal é um trajecto anormal entre o canal anal e a superfície corporal, em regra a região perianal, ou, mais raramente, outro órgão como por exemplo a Vagina.

     Um abcesso anorrectal é uma acumulação de pus causada por uma obstrução dos canais glandulares na região anorrectal pelas fezes.

COMO APARECE?
     A obstrução dos canais glandulares impede a drenagem dos produtos de secreção das glândulas no canal anal e provoca um processo inflamatório (abcesso).
     Normalmente induz a formação de um trajecto fistuloso em direcção à superfície corporal, com uma abertura ao nível da pele, através da qual será drenado o conteúdo (fístula).
     Podem também desenvolver-se fístulas anais secundariamente a traumatismos perirectais ou anais, fissuras anais, doença de Crohn, diverticulite, tuberculose e outras doenças infecciosas.

SINTOMATOLOGIA
     Os sintomas típicos do abcesso anorrectal são: pulsação persistente; dor ao andar, ao sentar e ao evacuar e sinais sistémicos de infecção.
     Quanto à fístula, os sintomas são: Exsudado purulento junto ao ânus; dor e prurido.

DIAGNÓSTICO
     O diagnóstico da fístula anal é feito com base na história clínica, nos sintomas presentes e no exame do paciente.
     O exame da região perianal pode revelar uma área endurecida, avermelhada e dolorosa. Permite também, normalmente, observar um abcesso ou a abertura da fístula, com a presença eventual de corrimento através desta.
     O local de abertura da fístula permite com frequência ter alguma ideia do seu trajecto, por vezes este pode mesmo ser identificado por palpação. Nalguns casos, poderão ser necessários outros exames de dianóstico.

TRATAMENTO
     O tratamento da fístula anal inclui o tratamento médico da infecção que possa estar presente e a resolução cirúrgica da fístula.
     Com efeito, dado que as fístulas não cicatrizam espontaneamente, o seu tratamento cirúrgico é imprescindível. O tipo de abordagem cirúrgica a adoptar depende das especificidades do caso, incluindo a localização e complexidade da fístula, bem como o seu grau de interferência com o esfíncter anal.
     Independentemente da abordagem cirúrgica adoptada, o objectivo é eliminar a fístula sem interferir com a funcionalidade do esfíncter anal, ou seja mantendo a sua capacidade de controlo da emissão de fezes e gases.

Enf.º Francisco Neves
CHLC - Hospital dos Capuchos

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